Pacientes com carcinoma hepatocelular ou metástases hepáticas agora contam com um avanço importante no tratamento oncológico. O serviço acaba de ser reconhecido como Centro de Excelência em Teranóstico pela Sociedade Europeia de Medicina Nuclear – uma certificação internacional que chancela a qualidade e a segurança do procedimento realizado, tornando o Hospital Felício Rocho uma das poucas instituições da América Latina com essa distinção.

O tratamento em questão, que iniciou em 3 de julho, é a radioembolização, também chamada de TARE (Transarterial Radioembolization), uma abordagem minimamente invasiva que une diagnóstico e terapia no mesmo procedimento, tratando diretamente o tumor, preservando os tecidos saudáveis ao redor. É um procedimento eficaz, seguro e altamente personalizado.

A técnica é indicada para pacientes com câncer primário no fígado (carcinoma hepatocelular) ou com metástase hepática única de outros tumores. O procedimento consiste na cateterização dos vasos que irrigam o tumor e injeção de microesferas radioativas que bloqueiam o fluxo sanguíneo (embolização) e liberam radiação local, destruindo as células tumorais ao longo do tempo.

Todo o processo é multidisciplinar e envolve as equipes de hemodinâmica, radiologia intervencionista e medicina nuclear, inaugurando a área de teranóstico no Hospital. O material utilizado vem dos Estados Unidos e é fracionado no próprio serviço, com rigorosos protocolos de radioproteção. A etapa inicial consiste em um estudo prévio para avaliar a viabilidade do procedimento. Após aprovação, a radioembolização é realizada na semana seguinte, geralmente às quintas ou sextas-feiras, conforme logística e cálculos de dose.

O que chamamos de teranóstico é a utilização de um mesmo traçador para diagnosticar e tratar, avaliando em tempo real se a medicação foi entregue no local desejado. Isso representa mais precisão, menos efeitos colaterais e melhores resultados para o paciente.

Com a chancela europeia, o centro passa a integrar uma rede internacional de excelência, garantindo atualização constante, intercâmbio científico e acesso a novos protocolos. O tratamento pode ser solicitado para o setor de Medicina Nuclear do Hospital Felício Rocho, encaminhados frequentes por oncologistas e hepatologistas.