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FELÍCIO ROCHO
O fechamento percutâneo do apêndice atrial esquerdo (AAE) é um procedimento que visa reduzir o risco de AVC isquêmico em pacientes com fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca. O Dr. Efraim Lunardi Flam, Hemodinamicista, explica os detalhes sobre esse procedimento.
O que é o fechamento percutâneo do apêndice atrial esquerdo?
O apêndice atrial esquerdo (AAE) é uma pequena cavidade intracardíaca onde são formados coágulos nos pacientes que possuem a arritmia chamada fibrilação atrial. Tais coágulos, quando se deslocam e entram na circulação sanguínea, podem causar um AVC isquêmico (acidente vascular cerebral isquêmico). O fechamento percutâneo do apêndice atrial é uma terapia minimamente invasiva, feita por cateterismo na Hemodinâmica, que fecha essa cavidade com o implante de uma prótese, de modo a impedir a formação e a saída dos coágulos. Isso permite aos pacientes não usarem anticoagulantes e reduz a chance de AVC isquêmico e também de sangramentos associados aos anticoagulantes.
Por que esse procedimento é realizado e quais pacientes são indicados para ele?
O procedimento é realizado para a impedir a entrada do sangue na cavidade e a consequente formação dos coágulos que poderiam causar um AVC. A terapia padrão para reduzir a chance de AVC nos pacientes com fibrilação atrial são os medicamentos anticoagulantes, que devem ser usados por toda a vida. Esses medicamentos evitam também a formação dos coágulos, porém aumentam o risco de sangramentos. Portanto, o fechamento percutâneo do AAE é indicado para os pacientes cujo risco de sangramento é alto e que não conseguem ou não podem usar os anticoagulantes permanentemente.
Exemplos de indicação:
- Portadores de fibrilação atrial não valvar:
• Pacientes que já apresentaram um sangramento grave prévio com o uso de anticoagulantes;
• Pacientes com alto risco de queda;
• Pacientes dialíticos;
• Portadores de aneurismas, entre outras condições que aumentam o risco de sangramento.
Como é feito e quanto tempo dura o procedimento?
O procedimento é realizado como um cateterismo na sala de Hemodinâmica, sob anestesia geral e com uso de ecocardiograma transesofágico. É feito através de punção de uma veia na virilha (femoral) e dura cerca de uma hora.
Qual é o tempo médio de recuperação do paciente?
Por ser um procedimento minimamente invasivo, possui baixos riscos de complicações e a recuperação é rápida e habitualmente indolor, com baixo tempo de permanência, sendo o tempo de internação hospitalar previsto de dois dias.
Existem riscos associados ao fechamento do apêndice atrial?
Como todo procedimento invasivo, existem riscos associados. Quando o procedimento é bem indicado, os benefícios os superam. Destacam-se riscos de sangramento no local de acesso vascular, migração da prótese e perfuração do AAE com formação de derrame pericárdico.
Quais tecnologias ou técnicas específicas são utilizadas nesse procedimento?
Para o procedimento é utilizado uma integração avançada de imagens geradas pela máquina de hemodinâmica e ecocardiograma transesofágico 3D, que possibilitam o implante e posicionamento correto da prótese para ocluir o AAE.
Quais profissionais estão envolvidos na realização desse procedimento e qual é o papel de cada um?
A indicação precisa e o sucesso na realização desse procedimento envolvem a participação de uma equipe médica completa, composta especialmente pelo cardiologista clínico, neurologista, hemodinamicista, ecocardiografista, anestesista e equipe de enfermagem. Os cardiologistas e neurologistas são fundamentais na avaliação clínica prévia e acompanhamento periódico desses pacientes. Os hemodinamicistas e ecocardiografistas participam na seleção adequada e pormenorizada dos pacientes candidatos para esse procedimento e, juntamente com os anestesistas e equipe de enfermagem, formam a equipe que vai prestar a assistência e realizar o procedimento em si dentro da sala de hemodinâmica.
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